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Montadoras propõem carro elétrico e híbrido ao governo
A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) entregou na semana passada proposta ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior para a introdução de novas tecnologias de abastecimento para automóveis e comerciais leves. O primeiro passo foi dado com a apresentação das ideias. “O ministério está formando um grupo para ver se vale a pena para o governo injetar recursos neste tipo de pesquisa”, explicou o presidente da entidade, Luiz Moan em visita à redação do Diário.
De acordo com a entidade, entre os benefícios para a sociedade e para o País estão a inserção do Brasil na rota da inovação tecnológica; oferta ao consumidor de veículos com alta eficiência energética e consequente redução de consumo e de emissões de poluentes (que podem chegar a zero); investimentos para produção de novas tecnologias; qualificação de mão de obra especializada e desenvolvimento de engenharia e fornecedores locais.
IMPLANTAÇÃO - Pela proposta da Anfavea, o projeto tem implantação em duas fases. Na primeira, a importação seria incentivada para trazer novas tecnologias de propulsão ao País, inclusive com cota para a compra no Exterior de veículos por empresas. A segunda etapa prevê a produção local com desenvolvimento de engenharia e fornecedores e localização progressiva de componentes.
USO DO ETANOL - “Pelas tecnologias conhecidas hoje, há seis categorias que podem caminhar neste novo cenário”, declarou o presidente da Anfavea. Entre elas está a chamada Célula de Combustível, modelo em que o etanol entra em cena com papel de destaque. O executivo explicou que o veículo é abastecido com o combustível de cana-de-açúcar normalmente, um reformador retira o hidrogênio e alimenta a célula, que, por sua vez, faz o motor elétrico funcionar. “O mundo inteiro está pesquisando novas tecnologias com gás. Nós vamos ficar para trás?”, indagou Moan, que lançou o desafio em seminário internacional e para o próprio governo brasileiro.
OUTRAS OPÇÕES - Além do etanol, a entidade considera que alternativas também devem ser avaliadas. O uso de acessórios e técnicas que ajudem a economizar e armazenar energia fazem parte dessa lista, que inclui a possibilidade de utilização da energia elétrica para fazer o veículo andar.
Ainda em fase de projeto no Brasil, inovações que fazem os motores funcionarem já estão sendo usadas em alguns países, garantindo eficiência energética e menos poluição. Por aqui, carros assim ainda custam caro, mas podem ficar mais acessíveis com o apoio do governo e a produção em larga escala.
Diário do Grande ABC
Reduzir IPI de carro é miopia econômica - por André Trigueiro
Foto: Clayton E.Souza
Assim que o governo anunciou mais uma prorrogação de IPI reduzido para carros zero, acessei o site do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) para checar o tamanho atual da frota automobilística brasileira. Os dados são públicos e podem ser verificados no link http://www.denatran.gov.br/frota.htm.
Por nosso país circulam oficialmente (dados consolidados de fevereiro/2013) mais de 43 milhões de automóveis (43.085.340), sendo que a maioria absoluta desses carros se concentra nas regiões metropolitanas. A situação é mais preocupante nas três principais capitais da região Sudeste, a mais rica e densamente povoada do país. São Paulo (4.858.630 de automóveis), Rio de Janeiro (1.764.089) e Belo Horizonte (1.059.307) ostentam números que devem soar como música para os economistas de plantão em Brasília, mas que representam um gigantesco obstáculo para a mobilidade urbana e para a qualidade de vida não apenas dessas, mas das principais cidades brasileiras.
De acordo com o relatório “Metrópoles em números: crescimento da frota de automóveis e motocicletas nas metrópoles brasileiras 2001/2011” (http://observatoriodasmetropoles.net/download/relatorio_automotos.pdf), do Observatório das Metrópoles, o número de automóveis em todas as 12 metrópoles do país dobrou de tamanho neste período (aumentou de 11,5 milhões para 20,5 milhões). Já as motocicletas passaram de 4,5 milhões para 18,3 milhões em apenas dez anos.
O estudo revela que as metrópoles brasileiras reúnem aproximadamente 44% de toda a frota do país. Nesta década, registrou-se um aumento de 8,9 milhões de automóveis, aproximadamente 77,8%. Em média, foram adicionados mais de 890 mil veículos por ano. “As metrópoles brasileiras têm enfrentado nos últimos anos o que podemos chamar de uma ‘crise de mobilidade urbana’, resultante, sobretudo, da opção pelo transporte individual em detrimento das formas coletivas de deslocamento”, afirma o relatório. ”Um sistema eficiente de mobilidade é essencial para o acesso ao mercado de trabalho, à educação, ao consumo e ao lazer, ou seja, é uma condição fundamental para a construção do chamado bem-estar humano”, conclui o responsável pelo estudo, Jaciano Martins Rodrigues, doutor em Urbanismo (PROURB/UFRJ) e pesquisador do INCT/Observatório das Cidades.
Em artigo publicado nesta coluna, em setembro do ano passado (http://g1.globo.com/platb/mundo-sustentavel/2012/09/19/dez-razoes-para-levar-a-serio-o-dia-mundial-sem-carro/), resumi em 10 tópicos as razões pelas quais deveríamos considerar a multiplicação indiscriminada de carros no Brasil um risco real para a economia, a saúde, o bem-estar social, o clima e o direito constitucional de ir e vir.
É evidente que a produção de automóveis responde a uma demanda da sociedade que ainda considera o carro um dos principais sonhos de consumo. Há também uma participação importante no PIB (5%) e na geração de empregos (131,7 mil funcionários).
O que nos parece urgente é a reflexão sobre a conveniência de o governo renovar incentivos fiscais (renúncia adicional de R$ 2,2 bilhões em impostos de abril a dezembro de 2013) a um setor da economia já bastante próspero e lucrativo, sem que se considerem os – cada vez mais notórios – impactos negativos dessa medida.
É óbvio que os economistas do Ministério da Fazenda que assinam a prorrogação do IPI reduzido para carros zero julgam ser esta uma medida fundamental para manter a economia aquecida. Contudo, parece também evidente que os argumentos em sentido contrário são igualmente consistentes e robustos. Há que se ter coragem para debater outras soluções em favor da geração de mais emprego e renda. Especialmente em programas de governo vinculados à expansão dos meios de transporte públicos de massa.
Tal como se dá na luta contra microorganismos nefastos à nossa saúde, há limites para o uso de antibióticos. A redução do IPI para carros não pode ser usado como um medicamento de uso contínuo. Com as vias progressivamente congestionadas, o corpo está à beira de um colapso. Está mais do que na hora dos economistas refazerem as contas enquanto o paciente respira.
Mundo Sustentável - G1
Nota do Blog: O artigo originariamente postado foi excluído do blog e do google cache, sem sabermos o motivo, pois sua publicação neste blog foi autorizada pelo Autor. Esta re-postagem trata-se de recuperação de arquivo e perdeu todas visualizações, compartilhamentos e comentários feitos até a presente data: 22/07/2013 15:25h - mantemos no entanto a data da publicação original.
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Sobre a Autora
- Vânia Santana
- São Bernardo do Campo, São Paulo, Brazil
- Cidadã em busca de um país e um mundo melhor. Oposicionista, Anti comunismo e anti corrupção. A favor da Paz, Democracia, Ordem e Progresso. Voto Distrital Misto e Facultativo, Parlamentarismo e Sustentabilidade. Tudo o que nunca teremos no Brasil com o PT. "Se numa situação de injustiça, você fica neutro, então você escolheu o lado do opressor."